Os Auditores-Fiscais da base Rio de Janeiro rejeitaram, por gigantesca maioria de votos, o indicativo único referente à proposta salarial apresentada pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) e encaminhada pela Direção Executiva Nacional (DEN) à deliberação da categoria, em assembleia nacional telepresencial realizada em 26 de maio.
A proposta do MGI foi considerada “inaceitável” pela Direção Nacional, o Comando Nacional de Mobilização (CNM) e a Mesa do Conselho de Delegados Sindicais (CDS). As três instâncias sindicais, bem como a diretoria da DS/Rio, encaminharam pela rejeição à proposta.
A assembleia na base foi conduzida pela presidente da DS/Rio, Auditora-Fiscal Catia Beserra, e secretariada pelo Auditor-Fiscal Hélio Muylaert (secretário-Geral). Os Auditores-Fiscais Paulo Torres (1º vice-presidente) e Alexandre Teixeira (Suplente) compuseram a mesa da assembleia, que registrou a participação de 823 filiados, entre ativos e aposentados.
Indignação – Apresentada na noite de 22 de maio, durante reunião com os representantes sindicais, em Brasília, essa foi a primeira proposta efetiva do governo à categoria, após quase seis meses de greve dos Auditores-Fiscais.
Conforme consta das Considerações (leia aqui), a proposta “não atende às pautas da categoria” e “fere um princípio basilar do sindicato, que é a solidariedade, ao não estender a proposta de reajuste no vencimento básico para todos os níveis da carreira dos Auditores-Fiscais”.
No documento, os representantes sindicais afirmam que a proposta “cria um mecanismo divisionista ao não conceder nenhum reajuste aos Auditores-Fiscais das Segunda e Primeira Classes, ficando restrita à Classe Especial”.
A proposta do governo causou indignação coletiva e a solicitação da DEN aos filiados para que sigam firmes na greve da categoria.
“A força do nosso movimento está na nossa união e é imperativo garantir a unidade entre todos nós, ativos e aposentados”, pontuou a direção do Sindifisco Nacional.
Divisão – Na assembleia do Rio, o 1º vice-presidente Paulo Torres destacou que a complexidade do trabalho dos Auditores-Fiscais, que são os responsáveis pelo crédito tributário, não está sendo levada em conta pelo governo.
O diretor-Adjunto Nacional de Assuntos de Aposentadorias e Pensões, Auditor-Fiscal Luiz Fernando Del-Penho, criticou a tentativa de confundir os negociadores com uma proposta de mudança no bônus. Ele considera “um acinte tentar criar uma divisão na categoria” e avalia como “total desprezo à Receita Federal” a sinalização de reajuste somente em 2026, enquanto outras carreiras já tiveram aumentos em 2025.
Ruim – O diretor Suplente Alexandre Teixeira, coordenador do Comando Local de Mobilização (CLM-RJ), considerou a proposta “ruim sob todos os aspectos”, além de o percentual oferecido estar muito abaixo do pleiteado pela categoria. Mas, não descartou a hipótese de que seja uma estratégia do MGI para desestimular os Auditores-Fiscais e enfraquecer a mobilização. “Negociação é isso; o governo vai dizer que é a última proposta, mas temos consciência da nossa importância e do valor do nosso trabalho”, afirmou.
Alexandre também destacou que o salário básico é um dos fatores mais importantes para a atração de pessoas qualificadas para a Receita Federal do Brasil. Por isso, é impossível aceitar a atual proposta.
Outros filiados se manifestaram com firmeza pela rejeição à proposta e incentivaram os colegas a permanecerem coesos.
A diretoria da DS/Rio agradece a participação dos filiados na assembleia e conclama os colegas a se manterem firmes no movimento reivindicatório.
Votação na base Rio de Janeiro – AN realizada em 26/05/2025
Indicativo Único – Os Auditores-Fiscais presentes à Assembleia Nacional, deliberam da seguinte maneira em relação à proposta apresentada pelo MGI em 22 de maio de 2025: | Aceitam: 27 votos |
Rejeitam: 782 votos | |
Abstenção: 04 votos | |
Total: 813 votos |
Foto: Canva