Cerca de 450 Auditores-Fiscais ativos e aposentados de todo o país participaram do ato público realizado no dia 15 de abril, em frente ao Ministério da Fazenda, em Brasília, em protesto contra a demora do governo em atender à reivindicação sobre o reajuste do vencimento básico do cargo. O ato público foi aprovado em Assembleia Nacional (28/03/2025) e teve suas despesas custeadas com recursos do Fundo de Mobilização.
Durante o ato público, a categoria, que está em greve há 140 dias, reiterou a disposição coletiva de intensificar ainda mais a mobilização.
Indignação – Conforme matéria publicada no site do Sindifisco Nacional (leia aqui), no decorrer da manifestação, representantes da Direção Executiva Nacional, do Comando Nacional de Mobilização (CNM) e do Conselho de Delegados Sindicais (CDS) se reuniram com o secretário-Executivo da Fazenda, Dario Carnevalli Durigan, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, e o subsecretário de Gestão Corporativa, Auditor-Fiscal Juliano Brito da Justa Neves. Na reunião, os representantes da categoria reafirmaram o nível de indignação dos Auditores-Fiscais com a conjuntura atual, bem como a decisão coletiva de dar continuidade à greve.
O secretário-Executivo Dario Durigan disse haver “um compromisso do Ministério da Fazenda em buscar uma solução para a greve” e “assegurou que a Receita Federal, considerada peça-chave para o sucesso da gestão, não ficará para trás em termos de isonomia”.
Pressão – Segundo o presidente do Sindicato, Auditor-Fiscal Dão Real Pereira dos Santos, os interlocutores do governo disseram que “há um processo em andamento para encontrar uma solução, com reuniões entre os ministérios e o envolvimento de parlamentares”. No entanto, Dão Real lembrou que “não há solução sem pressão”, razão pela qual “precisamos intensificar ainda mais a mobilização [para] demover as resistências, onde quer que elas estejam”.
O Auditor-Fiscal Elias Carneiro, presidente da Mesa Diretora do CDS, defendeu o acirramento da greve e lembrou que a ausência de reajuste prejudica ativos, aposentados e pensionistas.
O coordenador do CNM, Auditor-Fiscal Marcus Dantas, alertou que, em decorrência da continuidade da greve, “os prejuízos bilionários vão aumentar, com as aduanas, os tributos internos, a fiscalização, as DRJ [Delegacias Regionais de Julgamento]” parados.
Os Auditores-Fiscais Samel Rebechi (1º vice-presidente), Nely Maria de Jesus (2ª vice-presidente) e Diogo Loreiro (diretor Suplente) também participaram da reunião.
Apoio – A deputada federal Erika Kokay (PT-RS) compareceu ao ato público e reiterou o seu apoio parlamentar à reivindicação da categoria. Lembrando a importância do trabalho dos Auditores-Fiscais da Receita Federal para as políticas públicas e o andamento eficaz do Estado, a parlamentar disse ser “inadmissível” que “os responsáveis pela arrecadação, pela fiscalização”, estejam sem reajuste no vencimento básico.
Kokay enfatizou, ainda, que “com certeza, o Ministério da Gestão sabe que, quando se fechou o acordo do bônus de eficiência, se preservou a discussão posterior do vencimento básico. Todo mundo sabe disso”, destacou.
Novas ações – À tarde, o CNM, a Direção Nacional do Sindicato e o CDS se reuniram para avaliar a manifestação e definirem novas ações de greve (leia aqui).
Além de solicitar o empenho de todos na mobilização, o coordenador do CNM, Auditor-Fiscal Marcus Dantas, disse que a alternativa é o aprofundamento da greve. Nesse sentido, haverá uma retomada das reuniões setoriais e das caravanas, bem como articulação nas Assembleias Legislativas, com o apoio de parlamentares nas bases, a fim de “forçar uma pressão política para obter o que queremos”.
Na terça-feira, dia 22 de abril, o CNM deverá se reunir com os Auditores-Fiscais da Malha Fiscal, pela manhã, e com a equipe de Fiscalização, à tarde. No dia 23 de abril, pela manhã, está prevista reunião com os Auditores-Fiscais na função de Delegados, e com os chefes de equipes, à tarde.
As reuniões serão pelo Zoom, com os links disponibilizados previamente aos participantes.
