Beneficiários da base Rio aprovam nova meta de sinistralidade do Premium I
Os beneficiários titulares do Plano Unafisco Saúde filiados à DS/Rio, reunidos em assembleia nacional telepresencial, realizada em 20 de julho, aprovaram a elevação da meta de sinistralidade pura da modalidade Premium I, de 80% para 85%. A mudança permitirá, principalmente, um índice de reajuste menor nas mensalidades do Premium I.
A assembleia da base Rio teve a participação de 293 beneficiários do Plano Unafisco Saúde, com 272 votantes. Foram194 votos favoráveis, 75 votos contrários e três abstenções.
Esse resultado é específico da base Rio e, portanto, parcial. Somente após o cômputo dos votos da totalidade das Delegacias Sindicais teremos o resultado final com a decisão da assembleia.
Votação do reajuste – O índice de reajuste das mensalidades será votado em nova assembleia nacional telepresencial do Unafisco Saúde, convocada para a próxima quarta-feira, dia 27 de julho.
Na base Rio, a assembleia ocorrerá no horário das 13h30 às 18h, com votação até às 17h45.
A diretoria da DS/Rio solicita a participação maciça dos titulares, bem como apoio na divulgação dos colegas na divulgação desta nova assembleia.
Debates – Conforme divulgado durante a assembleia que aprovou a nova meta de sinistralidade, a situação do Premium I foi amplamente analisada no dia 18 de julho, no webinar “Sindifisco Debate” (saiba mais).
Naquele evento, o diretor Nacional do Plano de Saúde, Adriano Corrêa, lembrou os princípios norteadores da criação do Unafisco Saúde, em 1992 – “solidariedade e mutualismo” –, seguidos com apreço pelos beneficiários.
Adriano fez ainda um breve histórico sobre os problemas que se avolumaram ao longo do tempo, originando a situação atual do Premium I (denominado “plano original”), cujo alto custo onera financeiramente os seus beneficiários, além de sinalizar riscos futuros para a própria manutenção da carteira.
Prioridades – Participando da assembleia da base Rio, Adriano Corrêa enfatizou que a Direção Nacional considera prioritário, neste momento, promover as mudanças capazes de solucionar as pendências junto à ANS e evitar ônus maiores para os beneficiários do Premium I. Por isso, o índice de reajuste na mensalidade será votado em outra assembleia, específica para essa finalidade.
A partir dessas providências, o Unafisco Saúde poderá promover a migração dos beneficiários – “de forma organizada e previsível” – para outras modalidades do Plano de Saúde, sem o risco de prejudicar os remanescentes no Premium I com elevados custos.
Conselheiro – O representante da 7ª Região Fiscal no Conselho Curador do Plano de Saúde, Auditor-Fiscal aposentado Albino Cunha, falou sobre as questões cruciais do Premium I, que se arrastam há cerca de 18 anos e impediram a comercialização da carteira, entre 2009 e 2012.
Na assembleia do Rio – e também numa carta, encaminhada aos beneficiários (texto abaixo) –, o conselheiro Regional destacou que a ausência de ações, no passado, impossibilitou o ingresso de novos beneficiários, resultando no envelhecimento da carteira e consequente aumento da sinistralidade.
Albino tranquilizou os colegas em relação às finanças do Premium I, fato que atribuiu à boa gestão administrativa do Unafisco Saúde. Atualmente, o Premium I possui reservas financeiras totais de R$ 54 milhões e reservas livres de R$ 41 milhões. As reservas das demais modalidades do Unafisco Saúde nunca foram utilizadas pelo Premium I.
O representante dos beneficiários da 7ª RF reiterou a disposição do Conselho Curador e da Direção Nacional de encontrarem “a melhor solução para os beneficiários do produto Premium I, com o compromisso de não prejudicar os demais produtos (Premium II, Soft, Soft Participativo, Unique e Platinum)”.
As explanações de Adriano Corrêa e Albino Cunha receberam o apoio da direção da DS/Rio e dos filiados que se manifestaram verbalmente, no decorrer da assembleia da base.
A assembleia teve, ainda, a presença dos seguintes integrantes da Direção Nacional, vinculados à base Rio: Helio Muylaert (Secretário-Geral), José Afonso Ramos (diretor-Adjunto de Plano de Saúde) e Alexandre Teixeira (Suplente).
A seguir, a carta do Conselheiro do Unafisco Saúde Albino Cunha aos beneficiários da 7ª RF, acompanhada de tabela com os dados dos recursos do Unafisco Saúde
“PLANO DE SAÚDE UNAFISCO E PREMIUM
Este manifesto tem por objetivo prestar esclarecimentos imparciais aos beneficiários do UNAFISCO SAÚDE.
Para quem não me conhece, sou AFRFB aposentado, professor aposentado da Faculdade de Engenharia da UERJ, e, atualmente, membro titular do Conselho Curador do UNAFISCO SAÚDE, representando os beneficiários da 7ª RF, eleito por meus pares.
Aos 71 anos, caso eu perca meu patrimônio, construído ao longo de quase 5 décadas, não terei como recuperá-lo. Não sei se todos sabem que, em caso de insolvência do UNAFISCO SAÚDE, a lei permite que a ANS bloqueie os bens dos membros do Conselho Curador, responsabilidade objetiva, ou seja, não precisa demonstrar culpa do conselheiro na má gestão.
Todos sabemos que o produto PREMIUM I tem problemas, causados pela impossibilidade de ingresso de novos beneficiários há mais de uma década, o que resulta no envelhecimento da carteira e aumento da sinistralidade.
Entretanto, mesmo assim, apesar da elevada sinistralidade causada pela carteira envelhecida, o produto PREMIUM I ainda dispõe de reservas financeiras totais de R 54 milhões (o plano como um todo dispõe de reservas de R$ 208 milhões – vide tabela) e reservas livres superiores de R$ 41 milhões, você sabia disso? Ou seja, não está à beira da insolvência, nem seus beneficiários vivem às custas dos beneficiários dos outros produtos do UNAFISCO SAÚDE. É preciso que isto fique muito claro para todos os beneficiários do UNAFISCO SAÚDE. As reservas dos demais produtos nunca foram utilizadas pelo PREMIUM I.
Há anos as diretorias anteriores do UNAFISCO SAÚDE sabem dos problemas do produto PREMIUM I, causados pela impossibilidade de agregar novas vidas, mas uma solução definitiva nunca foi avaliada e proposta em Assembleia. Sem coragem para enfrentar o problema de frente, criou-se então uma forma de extinguir o produto por via indireta, ou seja, por asfixia de seus beneficiários, de modo que os aumentos se tornassem tão elevados, que forçassem a saída (totalmente desorganizada) dos titulares do produto, por falta de condições para pagar. Tal saída, individualizada, só levará a prejuízos para todos, sem falar na agonia que é não saber qual e quando virá uma solução. Cria inclusive um clima de animosidade entre os beneficiários dos distintos produtos do UNAFISCO SAÚDE.
Foi assim que aprovaram a sinistralidade de 80%, que é recomendada pela ANS, mas não é impositiva. No caso do UNAFISCO SAÚDE, que possui reservas livres MUITO SUPERIORES à reservas mínimas legais fixadas pela ANS, não há nenhuma necessidade desta sinistralidade de 80%, muito conservadora. Mas quem a propôs considera que ela é uma cláusula pétrea, e não aceita a sua alteração.
Além do fato do UNAFISCO SAÚDE possuir reservas livres expressivas, levantamento feito pela CTS (consultoria atuarial que acompanha há mais de uma década o UNAFISCO SAÚDE) mostra que no 1º semestre de 2022 a sinistralidade média das 141 operadoras de planos de autogestão foi de 85,8%.
Como membro titular do Conselho Curador do UNAFISCO SAÚDE, tenho compromisso com o UNAFISCO SAÚDE, assim como com nossos colegas, beneficiários. Junto com os demais conselheiros, com a competentíssima equipe técnica do próprio UNAFISCO SAÚDE, com a direção do UNAFISCO SAÚDE, e com o respaldo atuarial da CTS, encontraremos, em curto prazo a melhor solução para os beneficiários do produto PREMIUM I, com o compromisso de não prejudicar minimamente os demais produtos (PREMIUM II, SOFT, SOFT PARTICIPATIVO, UNIQUE e PLATINUM). Para isso, é necessário coragem para enfrentar o problema de frente, e não por vias transversas (asfixiando os usuários por impossibilidade de honrar os pagamentos). Da minha parte não faltará CORAGEM.
Forçar os AFRFB, depois de quase quatro anos sem reajuste, a suportarem aumentos abusivos sem necessidade, com a finalidade de expulsá-los, de forma totalmente desorganizada, do plano por eles criado há três décadas, é muita insensibilidade, e por isso instamos os beneficiários do UNAFISCO SAÚDE a votarem pela alteração da sinistralidade de 80% para 85%. Isto porque a saúde financeira do produto não é só medida pela sinistralidade, mas também pela magnitude das reservas financeiras.
A saída do PREMIUM I individualizada, desorganizada, só trará prejuízos para todos, pois é o jogo do “perde x perde”. A busca por uma saída organizada, coletiva, a ser construída democraticamente, será lucrativa para todos, como num jogo de “ganha x ganha”. Afinal, estamos tratando de 7.235 vidas do produto PREMIUM I (em 30/06/2022). Tenho absoluta convicção de que o Conselho Curador, junto com a Direção do UNAFISCO SAÚDE, será capaz de propor uma solução para a questão. Para isso precisa vontade, determinação, um bom respaldo técnico e coragem.
E não pretendo colocar meu patrimônio (criado com muito suor ao longo de quase cinco décadas de trabalho) em risco, como já expus no início deste manifesto, pois com a minha idade não terei chance de recuperá-lo.
Rio de Janeiro, 16 de julho de 2022
ALBINO CUNHA
Membro Titular do CC do UNAFISCO SAÚDE
(7ª RF)”
Foto: Canva